Solista: Anúncio da paixão e morte do Senhor,
que padeceu por nós, morreu por nosso amor!
Assembleia: Que padeceu por nós, morreu por nosso amor!
1º PARTE: TRAIÇÃO, PRISÃO, NEGAÇÃO E CONDENAÇÃO
- Na Quinta-feira, Jesus com seus discípulos
foi de Betânia para Jerusalém,
fazer a Páscoa, Jesus com seus amigos
e padecer a favor do nosso bem.
- Antes da ceia, Jesus a seus discípulos
lavou os pés com grande contentamento:
durante a ceia Jesus anunciou
com grande gosto o seu novo mandamento.
- Foi pão e vinho que Jesus deu aos discípulos:
“Comei o pão, é meu corpo”, diz Jesus,
“Tomai, bebei, este vinho é meu sangue;
é minha vida, que por vós darei na cruz!”
- Depois da ceia, Jesus subiu ao horto
e foi fazer três horas de oração,
suando sangue, de tristeza e agonia,
bebendo o cálice do Pai com decisão.
- Chegando Judas, à frente de uma tropa,
com falsidade beija seu divino Mestre.
Jesus lhe diz: “Eu conheço a falsidade,
por este beijo, que agora tu me deste”.
- Então, a turma dirige-se a Jesus,
para prendê-lo — a maldade é demais —
e assim conduz a Jesus, de mãos atadas,
até a casa de Anás e de Caifás.
- Pedro discípulo, valente, corajoso,
tinha jurado a Jesus fidelidade;
Jesus dissera: “Antes que o galo cante,
tu negarás ser discípulo da verdade”.
- Pedro, de longe, seguia a Jesus,
quando no pátio do palácio se aquentava,
antes que o galo cantasse um vez,
três vezes Pedro a seu mestre já negara.
- Jesus passava perto de onde Pedro estava,
olhou pra ele com verdade e compaixão,
reconheceu Pedro sua grande falta
e chorou pranto de imensa contrição.
- Perante o grande conselho da nação
as testemunhas entre si não concordaram;
Caifás pergunta e, então, Jesus responde:
“Por que perguntas? Sempre eu falei às claras!”
- Ouvindo um guarda a resposta de Jesus,
bateu-lhe a face e lhe fez reclamação;
Jesus protesta: “Se errei por que não provas?
Se falei bem, por que me bates sem razão?”
- Caifás insiste em interrogar Jesus:
“Dize a verdade, és tu o filho de Deus?”
Jesus responde: “Em verdade eu o sou
e me vereis vindo nas nuvens do céu!”
- Então, por falta de outro crime e testemunha,
Caifás exclama: “Vós ouvistes a blasfêmia!”
“Merece a morte!” responderam os presentes;
“Merece a morte!” sentencia a assembleia.
- E ao saber que Jesus foi condenado,
Judas tomado de remorso e pesar,
lança no templo o dinheiro do pecado,
desesperado, sem perdão, vai se enforcar.
- Considerai, ó meu povo, que ‘inda hoje
de Jesus Cristo continua a paixão
em todo aquele que é traído e negado
e condenado pela humana corrupção.
Assembleia: Ó vós, ó vós, vós que por aqui passais,
olhai, dizei, quem nesse mundo sofreu mais?
2º PARTE: DIANTE DE PILATOS, COROAÇÃO, ENTREGA PARA SER CRUCIFICADO, FLAGELAÇÃO
- Mandam Jesus ao governador romano;
de ter querido ser rei é acusado;
Jesus responde a Pilatos: “Em verdade,
não é daqui, deste mundo, o meu reinado!”
- Reconhecendo Pilatos a inocência,
manda Jesus a Herodes na cidade,
ao curioso e cruel rei que graceja
Jesus responde com o silêncio da verdade.
- Levam Jesus de Herodes a Pilatos,
que pra salvar o inocente tudo faz;
propõe à turma soltar um prisioneiro,
a turma escolhe o assassino Barrabás.
- A soldadesca caçoa de Jesus,
do rei da vida fazem grande mangação
e de espinhos coroam-lhe a cabeça,
cospem-lhe a face, com tamanha humilhação.
- Fala Pilatos à turba. “Eis o homem!
O vosso rei, em quem não vejo pecado!”
A turma insiste: “Nós queremos Barrabás,
quanto a Jesus, que seja crucificado!”
- Vendo os judeus que Pilatos o defende
e não entrega Jesus à perversão,
o ameaçam dizendo: “Es contra César!”
Pilatos cede, temeroso lava as mãos.
- Entregue aos brutos, Jesus é açoitado
e o seu sangue derramou-se pelo chão;
Jesus sentia em seu corpo imensa dor
e sua Mãe sentia lá, no coração.
- Jesus levou um sem número de açoites
e se ouvia um gemido tão penoso:
“Misericórdia, meu Deus de piedade,
misericórdia, ó meu Deus, Pai piedoso!”
- Considerai, ó meu povo, que inda hoje
de Jesus Cristo continua a paixão
em todo homem perseguido e torturado,
por ter falado em favor de seus irmãos.
Assembleia: Ó vós, ó vós, vós que por aqui passais,
olhai, dizei, quem nesse mundo sofreu mais?
3º PARTE: A CAMINHO DO CALVÁRIO
- E conduziram Jesus para o Calvário
e os judeus entregaram sua cruz,
por ser a mesma um madeiro tão pesado,
logo ficaram os olhos seus mortos, sem luz.
- Jesus passando, encontrou Cireneu
e suplicante fitou-o: “Vem, Simão,
levar comigo madeiro tão pesado,
que já me faz desmaiar o coração!”
- O Cireneu entendeu, mas hesitou,
vendo os soldados que Jesus não mais podia,
mandam Simão carregar duro lenho;
o Cireneu obedece e alivia.
- Fazem Jesus passar pela rua estreita,
meu bom Jesus, pela rua da amargura,
quando encontrou-se com a Virgem Maria,
a sua mãe, que chorava com ternura.
- “Vós que passais, vede como minha Mãe chora
e juntamente com Maria Madalena,
quando imagino que elas vêm em meu socorro,
cada vez mais, vem dobrar a minha penal!”
- Outras mulheres seguiam pela estrada
chorando pranto de dor e compaixão;
Jesus lhes diz: “Filhas, não choreis por mim:
chorai por vós e pelos dias que virão!”
- Pelo caminho seguiam Jesus
dois malfeitores, ao suplício destinados,
deles Jesus foi em tudo companheiro,
em vida e morte, só não em crime e pecado.
- Vem a Verônica ao encontro de Jesus,
que, comovida, sua face enxugou,
ó caridade, que Jesus agradeceu,
pois seu retrato na toalha lhe deixou.
- Todo seu sangue das veias se esvaía,
cor de bonina, sua face ensanguentada,
seu santo rosto ficou desfalecido,
de receber repetidas bofetadas.
- Consideral, ó meu povo, que ‘inda hoje
de Jesus Cristo continua a paixão
em todo homem pisado e esmagado
pela injustiça, pela fome e opressão.
Assembleia: Ó vós, ó vós, vós que por aqui passais,
olhai, dizei, quem nesse mundo sofreu mais?
4º PARTE: CRUCIFICAÇÃO E MORTE
- Chegou Jesus lá, no alto do Calvário,
e foi seu corpo estendido pelo chão.
Pra ser cravado, seu corpo, em um madeiro
e transpassada sua Mãe no coração.
- De suas vestes Jesus foi despojado;
entre os soldados foi tudo repartido;
sobre o seu manto os carrascos lançam sorte,
sagrado manto não pode ser dividido!
- E suspenderam Jesus no alto da cruz,
meu bom Jesus, suspendido em um madeiro!
E os judeus que passavam escarneciam,
desconhecendo seu rei, Deus verdadeiro!
- Maria Virgem ali fiel estava,
ao pé da cruz sua Mãe chorava tanto,
vendo o estrago que faziam em seu Filho,
a confortava o Divino Espírito Santo.
- Jesus três horas orou na santa cruz
e reclamou com vigor e piedade,
ao Pai eterno entregou o seu espírito,
deu sua vida pela nossa liberdade.
- Considerai, ó meu povo, que “inda hoje
de Jesus Cristo continua a paixão,
em todo aquele que é do reino da verdade
e dá a vida em favor de seus irmãos.
Assembleia: Ó vós, ó vós, vós que por aqui passais,
olhai, dizei, quem nesse mundo sofreu mais?